sexta-feira, 15 de junho de 2012

SOBRE OS DIREITOS E DEVERES DOS LEIGOS CATÓLICOS




SOBRE OS DIREITOS E DEVERES DOS LEIGOS CATÓLICOS



VATICANO II, LUMEN GENTIUM

"A todos os leigos, portanto, incumbe o preclaro ônus de trabalhar para que o plano divino da salvação atinja sempre mais a todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares da terra. Conseqüentemente, sejam-lhes dadas amplas oportunidades para que também eles participem ativamente na obra salvífica da Igreja, de acordo com suas forças e as necessidades dos tempos" (Vaticano II, Lumen Gentium, nº 83).
"Os sagrados Pastores, porém, reconheçam e promovam a dignidade dos leigos na Igreja. De boa vontade utilizem-se do seu prudente conselho. Com confiança entreguem-lhes ofícios no serviço da Igreja. E deixem-lhes  liberdade e raio de ação. Encorajem-nos até para empreender outras obras por iniciativa própria. Com amor paterno, considerem atentamente em Cristo as iniciativas, os votos e os desejos propostos pelos leigos. Respeitosamente reconheçam os Pastores a justa liberdade que a todos compete na cidade terrestre" (Vaticano II, Lumen Gentium, nº 97).




CNBB (35ª ASSEMBLÉIA GERAL: DIREITOS, DEVERES DOS BISPOS, COMO MESTRES DA FÉ, E DOS FIÉIS)
"Deste modo a ordem jurídica eclesial exige que seja tutelada e promovida a liberdade de todos os fiéis, que corre paralela à co-responsabilidade que lhes atribuiu o Vaticano II. Daí uma certa pluralidade de opiniões pode ser índice positivo de vida e criatividade. Também daí o dever de algum fiel se expressar, mesmo contrariando o consenso majoritário. Fundamental é que os fiéis devem "conservar sempre, também no seu modo particular de agir, a comunhão com a Igreja" (c. 209§ 1).
"A liberdade e responsabilidade dentro da comunhão eclesial, no que toca ao nosso tema, sublinha o direito dos fiéis de expressarem aos pastores as próprias necessidades e anseios (c. 212 § 2), e até mesmo de manifestarem a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja (c. 212 § 3). Também no que diz respeito às coisas da sociedade civil, podem exprimir a própria opinião, imbuída de espírito evangélico e à luz da doutrina do magistério eclesiástico, embora sem apresentá-la como doutrina da Igreja (c. 227)."




CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO (DOS DIREITOS DOS FIÉIS CRISTÃOS EM GERAL, LIVRO II, 1 PARTE, TÍTULO I)
            Cân. 212 - § 3. De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, têm o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos Pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvado a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os Pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, dêem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis.
           Cân. 225 - § 1. Uma vez que, como todos os fiéis, por meio do batismo e da confirmação, são destinados por Deus ao apostolado, os leigos, individualmente ou reunidos em associações, têm obrigação geral e gozam do direito de trabalhar para que o anúncio divino da salvação seja conhecido e aceito por todos os homens, em todo o mundo; esta obrigação é tanto mais premente naquelas circunstâncias em que somente por meio deles os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo.


Apostolado Defesa Católica



Remetente: Luciana Alexandra Alves Costa
Data: 18/08/2008
Cidade: Rio de Janeiro / RJ
Idade: 24 anos
Religião: Católica
Profissão: Representante Operacional

Gostaria de saber se o papa irá trazer a missa de sempre para toda a igreja? Meus lideres do Crisma são da Cânção Nova eu não concordo com a Cânção Nova,coloquei no meu orkut um logo tipo Cânção Nova Cânção Nova Câncer Novo um de meus lideres me chamaou atenção devido eu ter colocado este logotipo lá e que eu estava enganada perânte a Cânção Nova, o diacono da minha paróquia me chamou atenção e disse que o PAPA é a favor da Canção Nova e a favor do Concilio Vaticano II e quem está contra o concilio está contra o papa, disse tb que o papa irá assinar documentos que aprovam a Cânção Nova (RCC)e disse que causar uma divisão dentro do mesmo reino é coisa do Diabo, como se eu estivesse causando a tal divisão e não a RCC, mais ele não falou se referindo a mim somente mas tb as pessoas que ele diz está causando esta divisão dentro do mesmo Reino. Criticou as atitudes do prof orlando fedeli no site montfort e disse que ele é contra o concilio vaticano II e portanto é desobediente ao papa.

Que Deus abençõe a todos aguardo anciosa a resposta da minha carta . abraços.

RESPOSTA

Prezada Luciana,
Salve Maria.

Sua oposição à Canção Nova está certíssima. Você faz muito bem em combater essa nova torre de babel que pretende atingir o Céu com histerismos e falsos carismas.

Esse câncer, como você bem rotulou, está destruindo a fé dos católicos. Com uma doutrina importada do protestantismo, a Renovação Carismática fez da Missa uma folia protestante, com bailarinos e padres animadores de calvário.

Com as Missas de “cura e libertação”, os milagres foram reduzidos a meras seções de curandeirismo fictício. Os verdadeiros carismas foram equiparados aos delírios de uma histeria forçada. A fé, como obséquio racional, substituída pela fantasiosa experiência pessoal.
O conhecer racional pelo sentir irracional. Um protestantismo evidente! Só não vê quem não quer.

É claro que seus líderes protestarão afirmando que nada do que dizemos tem valor real, uma vez que os estatutos da Canção Nova foram reconhecidos pelo Papa. E, com base neste reconhecimento pontifício, julgarão oficialmente garantida a ortodoxia do movimento carismático.

Ledo engano.

O reconhecimento pontifício não significa que a RCC não contenha erros contra a Fé. Não é por que o Papa reconheceu os estatutos da Canção Nova que o “blá blá blá” carismático se tornará a língua oficial dos anjos. O carismatismo continuará protestante, mesmo com estatutos aprovados.

Pretender forçar os católicos a engolirem esse movimento, só por causa de uma aprovação estatutária, é muita pretensão desses animadores de calvário.

Na história ocorreram dois fatos semelhantes que são suficientes para esfriar a empolgação dos carismáticos.

No século XIII, o Papa São Pedro Celestino protegeu os hereges Espirituais franciscanos, fundando até mesmo uma ordem para esse grupo herético. Esse grupo, que já havia sido condenado pelos Papas anteriores, acabou recebendo sua grande condenação em 1318, pronunciada pelo Papa João XXII.

Ainda que equivocada, essa aprovação dos Espirituais franciscanos não significou a aprovação de seus erros e heresias.

Caso semelhante ocorreu com o Beato Inocêncio XI que protegeu os hereges quietistas, seguidores de Miguel de Molinos, vindo a condená-los mais tarde.

São dois casos que provam que até mesmo papas santos podem se equivocar quanto à doutrina de um movimento, sem que isso comprometa o dogma da infalibilidade ou a santidade desses Papas.
  
Portanto, sonham os carismáticos se acham que, ao reconhecer os estatutos da Canção Nova, o Papa exerceu um ato infalível. Estão longe da realidade se pensam que a aprovação estatutária de movimentos significa a aprovação de seus erros e doutrinas heréticas.

Chamando-lhe a atenção, o diácono de sua paróquia lhe advertiu que quem é contra o Vaticano II é contra o Papa. É claro que em sua lista de desobedientes não poderia faltar o professor Orlando Fedeli. Por criticarem o Concílio, o professor e a Associação Cultural Montfort seriam desobedientes e causadores de divisão na Igreja.

Se o diácono fosse um pouco mais atento, teria constatado nos Evangelhos que Nosso Senhor também foi causa de divisão entre seus discípulos. Quando ensinou que seu Corpo era verdadeira comida, alguns discípulos se escandalizaram. E, não suportando tal verdade, abandonaram Nosso Senhor. Dividiram-se!

Para decepção dos ecumênicos, Cristo nem sequer buscou reparar a ruptura que causara, convocando os dissidentes para um diálogo fraterno. Deus não dialoga. Ele ensina!
   
E se o próprio Cristo disse: "Eu vim trazer a divisão” (Mt 10,35), é por que nem toda divisão é má, assim como nem toda união é boa.

O pastor que separa as ovelhas sadias das ovelhas sarnentas faz muito bem. O médico que separa os doentes, cuja doença é contagiosa, dos fisicamente saudáveis, age corretamente. Divisões como essas são absolutamente recomendáveis e salutares. Proteger os bons atacando os maus é dever de caridade e não ação diabólica, como pensa o diácono.
 
Coisa do Diabo é pretender unir a Luz católica com as trevas do irracionalismo pentecostal da Canção Nova. Enquanto Nosso Senhor veio para separar a luz das trevas, o diácono quer efetivar essa união irracional?

E não estranhe, cara Luciana, se a Montfort é causa de divisão. É natural que quem imite Nosso Senhor, assim como Ele, também cause separações. E isso acontece por que nem todos aceitam a verdade ensinada pela Igreja.
  
Quanto à acusação de desobediência, o diácono se mostra bem ignorante.

Se ele considerasse todas as autoridades do clero que já
criticaram o Vaticano II – inclusive o próprio Papa Bento XVI – a lista de desobedientes iria muito além do professor Orlando Fedeli.

Ora, se por criticar o Vaticano II a Montfort é desobediente e contra o Papa, o Instituto do Bom Pastor já nasceu desobediente. Por acaso o diácono considera o Papa desobediente por erigir um instituto cuja finalidade é criticar e não respeitar os erros e ambigüidades do Vaticano II? Estaria o IBP contra o Papa, a mando do Papa? Um absurdo que só entra na cabeça de certos líderes de RCC.

Poderia citar, por exemplo, Monsenhor Ranjith, digníssimo Arcebispo Secretário da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, que fez severas críticas à reforma litúrgica. Segundo essa autoridade do Vaticano, a renovação litúrgica errou de rumo, obscurecendo, na Missa Nova, aspectos bem claros na Missa de Sempre (Entrevista dada a Agência Fides).

Será que o diácono que lhe chamou a atenção terá coragem de chamar a atenção de Monsenhor Ranjith, acusando-o de ser desobediente e de promover uma divisão diabólica, ou o próprio Papa, que vê a Missa Nova como um erro de obscurecimento da Fé?

Também o superior do Instituto do Bom Pastor, Padre Laguérie, fazendo uma crítica construtiva ao Vaticano II, acusou esse Concílio de contradizer o Magistério precedente, em matéria de liberdade religiosa. Veja:

“... a liberdade religiosa fez escorrer muita tinta, vós o sabeis, e efetivamente há coisas aparentemente e textualmente contraditórias com o Magistério precedente.”  (Pe. Philippe LAGUÉRIE. Primeiro sermão como Superior do Instituto do Bom Pastor, proferido em 10 de setembro de 2006, apud Orlando FEDELI, “Gloria in excelsis Deo” - criação do Instituto do Bom Pastor. O destaque é nosso).

Estaria o Padre Laguérie em evidente desobediência ao Papa? Obviamente que não. Ele está apenas cumprindo os fins do IBP: criticar o Vaticano II. Coisa que o diácono de sua paróquia não deve aprovar.

Haveria muitas outras autoridades a se citar e que, sem dúvida, não escapariam do índex de desobedientes, criado pelos cegos defensores do Concílio.

Para finalizar, recomendo que você indique ao diácono a leitura do dossiê “Babel Litúrgica”, elaborado pelo jornalista Andrea Tornielli, e que está publicado no próprio site do Vaticano, na parte reservada à Congregação do Clero. Nesse estudo ele verá como a Missa Nova – elaborada pelo maçon Anibale Bugnini – descatolicizou a Missa de Sempre.

Espero tê-la ajudado e, desde já, conte sempre conosco neste combate ao câncer carismático.
In Jesu et Maria, semper
Eder Silva

O culto que não cultua a Deus


O culto que não cultua a Deus

    Por vezes pensamos que não há nenhuma dificuldade ou problema com respeito à liturgia utilizada nos cultos dos nossos dias, pois achamos que tudo aquilo que se está oferecendo a Deus, Ele aceitará, desde que seja feito com sinceridade e zelo. Este falso entendimento mostra que somos uma geração ignorante quanto a forma bíblica de cultuar a Deus.
 
    Não nos ocorre que Deus estabeleceu para o culto coisas que lhe agradam, e explicitou outras que não lhe agradam. Portanto, se quisermos que nosso culto seja aceitável precisamos submetê-lo a revelação divina. Se a Palavra de Deus aprovar, podemos ficar tranqüilos e perseverar em nossa atitude. No entanto, se ela desaprovar, humildemente devemos reconhecer diante de Deus o nosso erro e retornar ao princípio bíblico que Deus estabeleceu. Ele espera isso de todos nós.
 
    Não podemos esquecer, que mesmo quando o verdadeiro Deus é adorado, podem existir problemas que tornam está adoração desagradável e mesmo inaceitável para Ele. Isto é o que podemos chamar de “cultuar de forma errada o Deus verdadeiro ou praticar o culto que não cultua a Deus”. Existem formas de culto que em vez de agradar a Deus o entristece: “as vossas solenidades, a minha alma aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer” (Is.1:14).De acordo com Isaías 1:10-17, a maior queixa contra o povo é que este desobedecia continua e abertamente ao Senhor, mas continuava a lhe oferecer sacrifícios e ofertas, cultuando como se nada tivesse acontecido, como se fosse o povo mais santo da terra. Deus diz que aquilo era abominável (v.13), porque ele não podia “suportar a iniqüidade associada ao ajuntamento solene”.
 
    O povo vinha até a presença de Deus, cultuava mas não mudava de vida. Apresentava-se diante de Deus coberto de pecados e sem arrependimento, pensando, talvez, que bastava cumprir os rituais e tudo estaria resolvido. Esse povo aparentemente participava com animação de todos os trabalhos religiosos, fossem festas, convocações, solenidades etc. E ainda era um povo muito dado à oração. Uma oração altamente emotiva, pois eles “estendiam as mãos” e “multiplicavam as orações” (v.15). Mas Deus disse que em hipótese alguma ouviria, pois eram mãos contaminadas e, certamente, orações vazias. Eram hipócritas.
 
    O culto hipócrita que foi denunciado era causado pelo apego a mera formalidade, aos ritos, sem correspondência interior. Por fora tudo estava correto, mas interiormente essas ações litúrgicas não eram expressões de um coração agradecido. Era por essa razão que aquele culto se tornava uma coisa abominável ao Senhor. Assim o Senhor condenou o povo de Israel pela boca do profeta Isaías, dizendo: “este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu…” (Is.29:13). Ou seja, o que está nos lábios é correto, mas as motivações do coração são erradas. No fundo, todas essas expressões hipócritas não passam de atos mecânicos. São invenções humanas que não se importam com a vontade de Deus. O resultado final, é que o formalismo, associado à corrupção doutrinária, produzira um tremendo desvio do Senhor e um afastamento do verdadeiro culto que devemos a Deus. Infelizmente, esse é o tipo de culto que temos atualmente em grande parte das igrejas cristãs, um culto mecânico que desonra Deus, pois, não demonstra amá-Lo de todo coração, de toda alma, com todas as forças e com todo entendimento (Lc.10:27). Com propriedade, podemos dizer que esse é um culto que não cultua a Deus.
 
    Jamais podemos nos esquecer que qualquer tipo de adoração não serve para Deus. Há maneiras corretas e outras erradas de se adorar a Deus. Convém aprender a maneira correta. Um culto oferecido a Deus de forma hipócrita, sem honrar a palavra, que perverte o uso dos elementos de culto, que é feito de forma mecânica, que não oferece o melhor ou que não vem acompanhado de uma vida santa, não pode agradar a Deus, NEM PODE SER CHAMADO DE UM CULTO QUE CULTUA A DEUS.
 
    Deus não se agrada de tudo o que fazemos supostamente em seu nome, por isso devemos ser obedientes a Ele e descobrir o que realmente lhe agrada. Precisamos evitar procedimentos e costumes que inventamos, por melhores, mais atrativos e práticos que pareçam.
 
    Portanto, podemos concluir afirmando, sem medo de errar, que todas as práticas absurdas encontradas nos cultos dos nossos dias, tais como: palmas para Jesus, apelos, danças, gargalhadas santas, cair no espírito, cuspe santo, cânticos em línguas, urros, amarrar, desamarrar, representações teatrais, curas, libertações, interromper o culto para cumprimentar os irmãos ou visitantes, luzes coloridas etc. se originaram de pessoas que não se deixaram guiar pela Bíblia, mas antes foram atrás de seus próprios raciocínios e de sua própria vontade (praticam o culto da vontade, onde a adoração é uma questão de gosto e conveniência). Se quisermos agradar a Deus nunca podemos negligenciar a Bíblia. A Palavra de Deus é a verdade (Jo.17:17) e obedecê-la é o melhor culto que poderíamos oferecer ao Senhor.